01 fevereiro 2015

WILDERS tem razão, mas não lha dão...


Geert Wilders quando ainda era muito de esquerda e andava a fumar umas ganzas nos Kibbuz em Israel. Nesse tempo teve que ouvir das boas: "Olha pra este, parece um 'bitla'; Não cortes o cabelo ao urso; não cortes que agasalha." E depois radicalizou-se... 

Num artigo publicado há seis dias no NRC, Peter van Ham, perito em terrorismo, diplomacia e politica estrangeira do instituto Clingendael, afirma que a esquerda liberal nos impõe uma proibição de pensar quando se trata do Islão. Isto deu uma bronca do camandro na Holanda...



Geert Wilders, líder do partido PVV, há anos que nos avisa sobre o terrorismo islâmico. Mas enquanto os terroristas seguram o Alcorão com uma mão e matam gente com a outra, os partidos da esquerda liberal continuam a afirmar que isto nada tem a ver com o islão. Nenhum líder de um partido holandês, ou formador de opinião, se atreve a dar razão a Wilders.

Existem cinco explicações para esta situação.

Do ponto de vista ideológico é lógico que os partidos de esquerda vejam no PVV uma ameaça ainda maior que o islamismo radical. Uma ideologia é baseada num coerente pacote de ideias e estes partidos acreditam piamente na engenharia social e no sucesso do multiculturalismo - e, pelos vistos, não é fácil deixar de acreditar nesta crença. Dar razão a Wilders significaria que a sociedade holandesa é socialmente menos modelável do que se pensava. Quem ceder neste ponto abre as comportas da barragem. Para que serve então ter um estado tão grande, que mete o nariz em tudo e que pensa saber sempre tudo melhor do que os seus cidadãos? E porque razão continuar a cantar o multiculturalismo no momento em que este esbarra contra os seus limites? É muito mais fácil negar e distorcer os factos classificando Wilders e o seu eleitorado de gente estúpida e perigosa.

Além disso está em jogo a reputação de muito boa gente. Políticos e formadores de opinião nunca (salvo raríssimas excepções) dão o braço a torcer dizendo que se enganaram, ou que subestimaram um perigo, ou superestimaram a sua própria competência. Por isso é que nenhum político quer ainda admitir que a introdução do euro não correu bem. E também não se ouve mea culpas agora que a ameaça do terrorismo islâmico aumenta. Porque quem admitir publicamente ter cometido erros em temas tão importantes, está a minar a sua própria credibilidade.

Alguns políticos da esquerda liberal assumem-se como uma espécie de anti-Wilders; tudo aquilo que Wilders propõe é por estes imediatamente posto de lado. Dizer agora que Wilders tem razão é impossível. A perda de reputação seria insuperável.

Mas estão também enormes interesses e muitos empregos em jogo. Não se trata propriamente dos empregos dos políticos, mas de todos aqueles que trabalham nos serviços de imigração, integração, asilo e assistência a refugiados. O Estado aceita perfeitamente os altos custos da engenharia social no âmbito da sociedade multicultural, e muitos ganham bem a vida neste sector. Dar razão a Wilders não significa somente uma drástica redução na política de imigração e asilo, mas também uma restruturação de outros sectores, tal como desenvolvimento e a cooperação internacional.

Quem estiver empregado nestes vulneráveis sectores, está consciente que custe o que custar o partido de Wilders não pode ter razão. Preferem minimizar os ataques terroristas de Paris e tentar solucionar a ameaça de jihadistas holandeses com mais projectos sociais para jovens desfavorecidos e mais subsídios para bairros problemáticos.

Wilders está em quarto lugar na lista do Estado Islâmico.

Dar razão a Wilders teria paralelamente enormes consequências geopolíticas. A Turquia e os Estados árabes do Golfo interferem vigorosamente quando se trata dos seus correligionários. O primeiro-ministro turco comparou recentemente o movimento alemão PEGIDA com o Estado Islâmico. A Holanda orgulha-se da excelente relação que tem com quase todos os países muçulmanos da Turquia até ao Iémen, e até mesmo com a Arábia-Saudita.

Isto explica nomeadamente a posição do VVD [direita liberal no poder, cdr] em relação ao islão e a persistência liberal para que Wilders não possa ter razão. Por último, convém não subestimar o ódio pessoal dos liberais contra Wilders. A esquerda liberal vangloreia-se da sua tolerância e abertura de espírito, contudo, esta estaca abruptamente quando se trata de Wilders. Agora que o PVV parece ter razão sobre a crescente ameaça do islão, eles aumentam a pedalada nas tentativas de marginalização e demonização de Geert Wilders. Esta estratégia serve ao mesmo tempo para intimidar os simpatizantes.

Todo o estudante, professor ou funcionário do estado que se lembre de exprimir uma opinião favorável sobre Wilders, já sabe que pode contar com sanções. Daí a estranha calmaria que se nota actualmente apesar do PVV ter actualmente um score de 27 mandatos nos prognósticos, podendo tornar-se o maior partido do nosso país. Ideologia, interesses financeiros e aversão pessoal faz com que os políticos holandeses continuem a subestimar, ou mesmo negar, o terrorismo islâmico. Impusemos a nós próprios uma proibição de pensar enquanto a islamização da Europa avança incessantemente.

6 comentários:

  1. Realmente ele tem razão em muitas coisas, e todos esses subsídio-dependentes ou não querem ver a realidade, ou então só pensam no empregozinho deles. E a grande maioria é cobarde.
    Que o Ham tem toda a razão no que diz, foi corroborado logo no dia seguinte por um fulaninho do Instituto Clingendael: que essa não era a opinião do Instituto Clingendael, mas somente do sr. Ham. Deixa cá desmarcar-me, pensou o gajo, porque as sanções realmente existem por parte da esquerda caviar. Esses que ganham um porradão de dinheiro a cantar loas ao multiculturalismo, mas que vivem nos melhores bairros de Amesterdão onde os únicos muçulmanos que vêem são só as empregadas da limpezas ou os homens do lixo. Assim também eu cantava de galo.
    Como a maioria dos holandeses não tem essas vantagens, vive do seu ordenado e se tiver azar tem que viver num bairro onde os muçulmanos formam a maioria e se comportam como Donos Daquilo Tudo, há muito boa gente a simpatizar (se não com tudo) com pelo menos alguma parte das afirmações do Wilders. Aliás, o Wilders nem precisa de abrir a boca, os factos dão-lhe razão. Pode esperar à beira da árvore porque os frutos caem de podres. E se mais gente não se manifesta a seu favor é por causa das tais sanções. Esperem para ver nas próximas eleições e depois não venham com cantilenas que quem votou nele é estúpido . Pois sim...

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    1. Alfacinha, quem assim fala não é gago. Não tenho dada a acrescentar.

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  2. Como dizia o outro, “You can’t always get what you want…”

    Por sinal, o tal “fulaninho” é o patrão do instituto. Ko Colijn.
    Que não perdeu tempo e declarou logo no dia seguinte, que as regras de comunicação, já foram submetidas a um regime mais rigoroso.
    Imagine-se, um investigador de ciências sociais, com autonomia para ventilar abertamente o que pensa nas páginas dos jornais. Não pode ser!
    As opiniões devem ser previamente aprovadas.

    É deprimente, a democracia na europa começa a assemelhar-se a uma nova forma de feudalismo.
    Uma pequena elite da “grande Europa”, põe e dispõe, não só da soberania nacional, mas também da autonomia individual.

    Ontem avisava o presidente da comissão europeia: “Il ne peut y avoir de choix démocratique contre les traités européens”. Ou seja: eleições é bonito, mas não contam. O que conta são os tratados.

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  3. Quer dizer, o tal fulaninho, o Ko Colijn, veio fazer o favor de dar imediatamente razão ao Peter van Ham. Por outras palavras, respeitou o espírito do artigo inicial..

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  4. Ai "il ne peut y avoir de choix démocratique contre les traités européens"? Estamos lindos...
    Quer dizer a Europa tem sempre a boca cheia de democracia, desde que votem nos partidos que mais convêm aos burocratasde Bruxelas. Podes votar desde votes em mim.
    Vão dar uma volta ao bilhar grande. São estes "democratas" que arruinaram o sonho europeu que na sua génese até nem era mau, destroem por conivência, estupidez e teimosia a nossa civilização, lançam milhões de europeus na miséria e nos põem à beira de uma guerra.

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  5. Totalmente de acordo.
    Os estados unidos da Europa, estão a ser construídos à revelia das populações que por sua vez, foram embaladas com histórias dignas do vigário.

    Tecnicamente não será precisamente assim, mas o resultado é o mesmo.

    As ditas grandes vantagens do galinheiro colectivo, proposto pelos eurocratas, não se realizaram, ou são bastante exclusivas.

    As gamelas estão vazias. Os galos começam a contestar os limites do galinheiro. A Sra. Merkel diz que quem põe os ovos é que decide da omelete.
    Felizmente, os tele jornais, assim como a generalidade da imprensa, fazem horas extraordinárias para disfarçar o alvoroço.

    Para já, na zona sul-este do galinheiro, a estrema esquerda de braço dado com a extrema direita, prometem tortilhas de solidariedade à borla que nem precisam de ovos.
    A ver vamos, esperemos que não dê para torto.

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